Observatório das Paisagens Patrimoniais Marranas do Nordeste Brasileiro
Fundamentação: O exílio de judeus convertidos ao cristianismo no período da Inquisição portuguesa, tornou-se expressivo nas camadas, desde as mais acessíveis às mais longínquas, das antigas "capitanias de cima", hoje, os estados do nordeste do Brasil, permitindo o surgimento dos cristãos-novos, também conhecidos como "marranos", encarados e julgados, pelos cristãos velhos, como bruxos, feiticeiros, pagãos e hereges. Embora convertidos, os marranos mantiveram as principais práticas culturais do judaísmo, dando ensejo para uma mescla com costumes cristãos. O nordeste tornou-se, assim, um verdadeiro celeiro de manifestações diversas da cultura marrana, se expressando em símbolos, fachadas, arquitetura e paisagens em geral.
Justificativa: Ciente da necessidade de enriquecer as referências que resistiram através da história da cultura marrana no nordeste brasileiro, o observatório visa se colocar como um meio protetor, agente e atuante de preservação, memorização e divulgação das diversas manifestações e referenciais culturais espaciais do marranismo. O observatório é uma iniciativa independente, mas que trabalha no diálogo possível com instituições diversas e outros meios que possam ampliar-se como fontes de conhecimento do tema. Ele sobrevive e sobreviverá das colaborações voluntárias de pessoas e espaços que desejem fazer parte desse processo e missão de resgate e valorização da história.
Objetivos: Catalogar, registrar, investigar e divulgar as paisagens patrimoniais ligadas à cultura marrana no nordeste brasileiro.
Metas: Tornar possível uma compreensão mais imersiva e justa da história, propondo um encontro visível com a identidade marrana do nordeste brasileiro a partir de seus espaços.
Métodos: Registros fotográficos, pesquisas acadêmicas, pesquisas independentes, estudos, entrevistas, etnografias e discussões.
Etapas: Coleta; catalogação.
Proponente: Ana Monique Moura
Apoio: Prof. Dr. Marcos Silva (UFS)
Base científica: GPDAS (Grupo de Pesquisa da Diáspora Atlântica Sefardita) - Universidade Federal de Sergipe - UFS